quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

A Arte da Grécia 2 - A Escultura

      A Arte da Grécia 2 – A Escultura
  A escultura com os gregos atingiu um nível extremamente elevado, bastam os numerosos escritos da época para testemunhar. Estes escritos têm valor duplo: as descrições permitem identificar estatuas celebres e atribuí-las aos escultores que a Antiguidade considerava como mestre.
Quando os gregos começaram a esculpir as estatuas dos seus deuses, toda a força da tradição religiosa estava atrás deles, levando-os a procurar a forma que desse melhor concepção humana da divindade. Uma vez que os deuses eram a imagens dos homens, as suas estatuas deviam aproximar-se da realidade. Mas, logo que o escultor foi capaz de talhar uma figura realista, teve de conceber e reproduzir formas mais perfeitas das que se encontram na terra, formas simultaneamente humanas e sobrenaturais.
Estas formas idealizadas não foram atingidas de uma só vez, os cento e cinqüenta primeiros anos da escultura grega, em 480 a.C., foi um período de tentativas, de estudo do corpo e das suas possibilidades, de luta com a pedra, para conseguir antes de mais nada formas realistas. No inicio, os escultores não sabiam como reproduzir o corpo com exatidão, nem até onde podiam talhar a pedra sem correr o risco de ela se partir.
O estudo anatômico é característico, o escultor indica as divisões musculares do torso, as articulações da rotula e torna visível a estrutura óssea do corpo.
Quase todas as estátuas eram coloridas, acredita-se que a escultura era monocromática, e essencialmente de mármore branco. Mas todas as grandes épocas utilizaram à policromia. Inúmeras obras gregas eram pintadas de vermelho-vivo ou de azul, menos frequentemente noutras cores; geralmente os pormenores tinham as seguintes cores: negro para os cabelos e olhos, vermelho para os lábios e cores diversas para os motivos das vestes. Estas cores salientavam a beleza da obra e contribuíram para o seu aspecto realista.
Se o movimento tende a criar uma figura viva, a precisão anatômica também contribui para isso. Os músculos do torso já não são representados por linhas, mas modelados para obter volumes que evocam o corpo de um jovem vigoroso. Geralmente os escultores se inspiravam nos jovens atletas para as suas obras; nos ginásios, os jovens treinavam nus; o artista grego que podia observar estes jovens, era sob este ponto de vista, um privilegiado. Assim, a anatomia masculina depressa se tornou familiar, tanto como ao público. De resto, o estudo do corpo masculino estava muito mais avançado do que o do corpo feminino. As esculturas das mulheres conservaram durante muito tempo as características arcaicas.
Os gregos achavam que o corpo da criança era demasiado imperfeito para merecer o interesse do escultor; do mesmo modo, a velhice, sinônimo de declínio físico, não era digna de ser representada em pedra. O escultor procurava apenas reproduzir o corpo como ele deveria ser e não como ele era na realidade, eliminando todas as particularidades acidentais ou individuais que pudessem desviar a atenção da harmonia geral.  
  

 

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