A arte da Mesopotâmia
A civilização Mesopotâmica nasceu no quarto milênio a.C., provavelmente pouco antes da civilização egípcia, no Vale do Tigre e do Eufrates. As populações que aí se misturaram através dos milênios deixaram-lhe, cada uma delas, a sua marca pessoal, criando uma civilização diversa nas suas expressões artísticas.
No vale inferior do Tigre e do Eufrates não havia madeira nem pedra. Estes materiais tinham que ser trazidos de longe; por outro lado abundava argila. Daí nasceu uma arquitetura feita de tijolo. A ausência relativa da pedra trouxe desvantagens, principalmente na escultura, uma vez que, embora a argila se trabalhe facilmente, o resultado obtido não é monumental nem resistente. Comparada com a arte egípcia, a arte da Mesopotâmia é assim bastante limitada.
Os Suméricos acreditavam numa vida futura, mas para eles essa vida não dependia da subsistência do espírito através de objetos materiais ou da sua imagem.
O artista celebra principalmente o rei e seus feitos de caça e de guerra; pelo menos baseado na maioria das esculturas que parecem ter sido realizadas por ordem de um monarca. As divindades são representadas quer como protetores do rei; quer como objeto do deu culto.
Os Mesopotâmicos pouco se interessavam pelos túmulos, que não tinha para eles valor religioso. Os palácios e o templo (torre do templo) em contrapartida ocupavam um lugar importante.
Os palácios dos reis Assírios eram construídos tanto para fins militares como domésticos. As condutas eram abobadadas a fim de poderem suportar o peso do edifício. O tijolo era igualmente utilizado na construção do único andar do palácio. A cobertura servia provavelmente de terraço.
A estreiteza da sala deve-se aos materiais utilizados e aos métodos de construção que estes impunham. O tijolo seco ao sol não é suficientemente resistente, pelo que o uso da coluna é excluído, embora tenham sido construídos alguns vestígios de colunas de tijolo. O tijolo exige parede espessas com muito poucas aberturas; não pode servir de viga, e, uma vez que a madeira mais acessível era a do cedro do Líbano (preciosa e de longo transporte), os construtores Mesopotâmicos foram obrigados a recorrer ao arco e a abóbada. As condutas distribuídas pelas plataformas mostram que conheciam vários tipos de abóbadas. Cilíndricas ou esféricas, a sua fraca resistência obrigava os construtores a conceber peças compridas e estreitas; também as dimensões quadradas eram provavelmente abobadas. Tinha uma cobertura plana, separada das abóbadas por uma camada de tijolos ou de argila. O peso desta cobertura exigia paredes sólidas.
A Escultura
Sobretudo a escultura que é interessante: monstros talhados na pedra à frente dos pórticos, frisos ou baixos-relevos que narram os altos feitos do monarca, na caça ou no campo de batalha.
Na Mesopotâmia, o realismo anatômico era travado pelos trajos: os homens e mulheres da Suméria e da Babilônia usavam pesados trajes. A massa cilíndrica dessas vestimentas criava um efeito muito escultório na sua densidade e levava a uma simplificação das formas. As partes visíveis do corpo testemunham o espírito de observação dos escultores: pode ser visto claramente as articulações, as unhas dos dedos e os tendões dos pés.
Alguns baixos-relevos ornamentam a parte inferior das paredes das principais salas dos palácios.
Se na arte assíria os seres humanos são representados segundo convenções severas, os animais são desenhados com maior liberdade.
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