quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

A Arte do Egito 3 - As pinturas e escultauras

 A Arte do Egito 3 – As pinturas e esculturas
  O espírito religioso que inspira a arquitetura exprime-se também na escultura egípcia. Qualifica-se frequentemente a escultura do antigo império realista, a do médio império de estilizada e convencional; mas estes termos são muito relativos. Se for entendida por realismo uma reprodução exata da natureza e por estilização a redução de certas formas ao esquema ou ao símbolo, não há duvida de que o retrato egípcio mais realista é estilizado; já que as estatuas dos faraós são frequentemente idealizadas; o seu caráter está geralmente atenuado, devendo os seus traços evocar, antes de qualquer coisa, o poder e a imortalidade.
 Certas características transmitem-se de dinastia em dinastia. O desejo de imortalidade comanda a escolha dos materiais e as proporções da obra.

Esfinge de Gizé
2 metros de alutra
74 metros de comprimento total
IV dinastia, a cerca de 2700 a.C

 O amor pelas grandes dimensões que se observam nas pirâmides encontra-se na esfinge de Gizé. A cabeça deste animal fabuloso é um retrato idealizado do faraó Kefren, que está ligada a sua pirâmide.
 As grandes dimensões vêm com a intenção de sugerir a imortalidade. A escolha de materiais resistentes é também um modo de assegurar a permanência. Outros materiais pouco resistentes, como o calcário, o grés e mesmo a madeira, foram muito utilizados, mas as pedras duras, como o basalto, o diorito e por vezes o granito, foram empregadas mais frequentemente.
 O fato de uma esfinge poder substituir o corpo do defunto se este fosse destruído esteve na origem de numerosos retratos. Estes, principalmente a cabeça era relativamente realistas, principalmente no mais antigo império; este realismo é inversamente proporcional à situação do interessado.
 Se as estatuas das classes inferiores são esculpidas com certo realismo, as dos faraós são idealizadas para marcar o seu caráter semidivino.
                 Escultura em relevo e Pintura
 Se a influência da tradição é primordial na escultura em volume, o seu papel é ainda mais indiscutível na escultura em relevo e na pintura; dois modos de expressão que para os egípcios foram fundamentalmente um só, já que a pintura estava a serviço da escultura em relevo, quando não era uma imitação mais econômica dela.
 Três métodos eram frequentemente utilizados:
- o baixo-relevo: consiste em esculpir figuras com ligeira saliência.
- escultura escavada: as figuras são modeladas, mas o último plano não é talhado em profundidade, de modo que o assunto não se despega da superfície da pedra.
- gravura: menos caro; consiste em gravar unicamente os contornos das figuras.
 Os relevos ornavam as paredes dos templos e dos santuários. A sua finalidade era contar e glorificar os altos feitos dos reis, descrever hábitos religiosos ou representar as atividades humanas necessárias à vida futura. Muitas vezes, os egípcios chegavam a meter hieróglifos nos espaços vazios. Todas as considerações estéticas estavam subordinadas a esta necessidade de narração.
 As representações também são angulosas, porque cada pormenor foi desenhado na sua forma mais significativa e cada figura na atitude mais característica.
 As cenas são pintadas com alguma tonalidade igualmente convencionais, aplicadas em camadas uniformes, isto é, sem modificações de cores ou de valores no interior dos contornos. A pintura egípcia não conhece sombras. A paleta disponível é muito reduzida: um vermelho-tijolo para a pele dos homens, um ocre amarelo para a das mulheres.
 A fim de atrair a atenção para um determinado personagem colocado no grupo, desenha-se esse personagem numa escala superior. A pequena dimensão dos subordinados permite também colocar vários deles no mesmo espaço. Mais do que dividir a parede em cenas separadas, o artista egípcio dispõe os personagens em bandas; passa-se assim, sem interrupção, de uma cena a outra. As bandas também podem estar dispostas umas sobre as outras. Para criar um efeito de perspectiva, o pintor moderno coloca um motivo atrás de outro, a superfície do solo a diminuir para o horizonte, segundo linhas convergentes. O pintor egípcio desenha uma linha horizontal para representar o solo e distribuir nele os seus personagens, depois desenha outra linha semelhante por cima das suas cabeças: portanto nenhum efeito de perspectiva.

  

   


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