A Arte no Egito 2 - Os templos
A arquitetura das pirâmides não pode ser comparada com a dos templos. O templo de Esfinge em Gizé, um dos mais antigos conhecidos, construídos na IV dinastia, está excepcionalmente bem conservado. O edifício é particularmente severo, com os seus monólitos de granito que suportam lintéis da mesma matéria.
Para iluminar o interior o arquiteto inventou a clarabóia; a cobertura da parte central era mais alta do que a das naves laterais, permitindo assim uma colocação de uma fila de pequenas janelas.
O templo de Khonsu, em Carnac, construído no Novo Império, exibe todos os elementos do templo egípcio tradicional. Uma alea rodeada de esfinges constitui o seu eixo principal. O primeiro elemento do templo é o pilão, pórtico monumental flanqueado por duas torres maciças. O peristilo vem atrás do pilão, pátio com pórticos (em três ou quatro lados). Este pátio conduz à sala hipostila, cujo teto é sustentado por traves de colunas. Por fim, o templo comporta um santuário, colocado atrás desta sala.
Estes quatro elementos - pilão, peristilo, sala hipostila e santuário - seguem-se logicamente e correspondem as suas funções determinadas.
A altura da seção do edifício diminui gradualmente desde a entrada até o santuário. Num movimento correspondente, o chão do hipostilo é um pouco mais alto que o do peristilo e do santuário mais alto do que a da sala hipostila. Assim, a altura real de cada unidade diminui por degraus. Além disso, como o peristilo é bem iluminado, a sala hipostila, recebendo luz apenas dele, é por tanto relativamente sombria, enquanto o santuário, iluminado somente pelo hipostilo, está submerso na obscuridade. Este escurecimento progressivo devia tornar ainda mais secreto à residência do deus.
As paredes inclinadas do pilão, comparáveis as das mastabas, revelam de novo o desejo da eternidade dos egípcios (esta estrutura também devia defender o edifício contra a natureza). O uso do lintel e do mainel é quase geral devido à estabilidade e a simplicidade do sistema. Embora a abóbada tenha sido conhecida pelos egípcios, o seu dinaminismo era contrário ao gênio deste povo; ela só aparece em edifício de caráter estritamente utilitário.
O capitel é a parte da coluna que fica por cima do fuste. Os três capitéis egípcios inspiram-se, em botões, flores ou folhas de certas plantas; esses três tipos de capitéis são: lotiforme, campaniforme, palniforme.
O pilão e o peristilo foram sempre ornados com representações gravadas ou pintadas, que mostram o rei a capturar ou matar seus inimigos. O faraó é representado numa escala maior que dos outros personagens, para evidenciar sua superioridade; em contrapartida, nas salas hipostilas, a ação é menos violenta.
Para as divindas imortais eram precisas residências indestrutíveis; por outro lado, as habitações, inclusive os palácios reais, tinham um caráter puramente temporário; construídas de tijolo desapareceram rapidamente.
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