sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Gestalt

                A Gestalt
A Psicologia da Forma
 A Psicologia da Gestalt é uma das tendências teóricas mais coerentes e coesas da história da Psicologia. Seus articuladores preocuparam-se em construir não só uma teoria consistente, mas também uma base metodológica forte, que garantisse a consistência teórica.
  Os gestaltistas estavam preocupados em compreender quais os processos psicológicos envolvidos na ilusão ótica, quando o estímulo físico é percebido pelo sujeito como uma forma diferente do que ele é na realidade.
 Exemplo: o cinema, a fita cinematográfica é composta de fotogramas estáticos. O movimento que se vê na tela é uma ilusão ótica causada pela pós-imagem retiniana (a imagem demora um pouco para se “apagar” da retina). Conforme as imagens vão passando na retina, tem-se a sensação de movimento. Mas o que de fato está na tela é uma fotografia estática.
 A Percepção
 A percepção é o ponto de partida e também um dos temas centrais dessa teoria. Os experimentos com a percepção levaram os teóricos da Gestalt ao questionamento de um princípio implícito na teoria behaviorista – que há relação de causa e efeito entre estímulo e resposta – porque, para os gestaltistas, entre o estímulo que o meio fornece e a resposta do individuo fornece encontra-se o processo de percepção. O que o indivíduo percebe e como percebe são dados importantes para a compreensão do comportamento humano.
 Para justificar essa postura, eles baseavam-se na teoria do isomorfismo que supunha uma unidade no universo, onde a parte está sempre relacionada ao todo.
 Quando se vê uma parte de um objeto, ocorrerá uma tendência á restauração do equilíbrio da forma, garantindo o entendimento do que está sendo percebido.
 Esse fenômeno da percepção é norteado pela busca do fechamento, simetria e regularidade dos pontos que compõem uma figura (objeto).
       A Boa-Forma
 A Gestalt encontra nesses fenômenos da percepção as condições para compreensão do comportamento humano. A maneira como uma pessoa percebe determinado estímulo irá desencadear o seu comportamento.
 Muitas vezes, as pessoas nos seus comportamentos guardam relações estreitas com os estímulos físicos, e outras, eles são completamente diferente do esperado porque eles “entendem” o ambiente de uma maneira diferente da sua realidade.
Exemplo: quando uma pessoa vê um conhecido a distância e o cumprimenta, e ao se aproximar percebe que o sujeito é completamente desconhecido.
 Esta pequena confusão demonstra que a percepção do estímulo (a pessoa desconhecida) naquelas condições ambientais dadas são mediatizadas pela forma como foi interpretado o conteúdo recebido. Se nos elementos percebidos não há equilíbrio, simetria, estabilidade e simplicidade, não será alcançada a boa-forma.
    Meio Geográfico e Meio Comportamental
 O comportamento é determinado pela percepção do estimulo e, estará submetido á lei da boa-forma. O conjunto de estímulos determinantes do comportamento é denominado meio ou meio ambiental. São conhecidos dois tipos de meio: o geográfico e o comportamental.
 O meio geográfico é o meio físico em termos objetivos. O meio comportamental é o meio resultante da interação do indivíduo com o meio físico e implica através desse meio as forças que regem a percepção (equilíbrio, simetria, estabilidade e simplicidade). Naturalmente, o comportamento é desencadeado pela percepção do meio comportamental.
          Campo Psicológico
 O campo psicológico é entendido como uma força que leva uma pessoa a procurar á boa-forma. Funciona figurativamente como um campo eletromagnético criado por um imã (a força de atração e repulsão). Esse campo de força psicológico tem uma tendência que garante a busca da melhor forma possível em situações que não estão muito estruturadas.
 Esse processo ocorre de acordo com os seguintes princípios:
1- Proximidade – os elementos mais próximos tendem a ser agrupados
2- Semelhança – os elementos semelhantes são agrupados
3- Fechamento – ocorre uma tendência de completar os elementos faltantes da figura para garantir sua compreensão.
         Insight
A Psicologia da Gestalt vê a aprendizagem como relação entre o todo e a parte, onde o todo tem papel fundamental na compreensão do objeto percebido.
 Nem sempre as situações vividas pelas pessoas apresentam-se de forma clara que permitam sua percepção imediata. Essas dificultam o processo de aprendizagem porque não permitem uma clara definição da figura-fundo,
Impedindo a relação parte/todo.
 Acontece, ás vezes, de uma pessoa estar olhando para uma figura que não tem sentido para ele e, de repente, sem que ele tenha feito qualquer esforço especial para isso, a relação figura-fundo elucida-se. A esse fenômeno dá o nome de insight.

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