terça-feira, 5 de outubro de 2010

O Yoga de Patanjali

              O Yoga de Patanjali
Foi no contexto das escolas ortodoxas do pensamento indiano que se consolidaram os yogas sutras, um conjunto de 196 aforismo atribuído ao sábio indiano Patanjali, que os teria escrito em alguma data entre 400 e 200 a.C. Nesse sistema, o processo do yoga é descrito como ashtanga-yoga, ou os braços do yoga, que envolvem prescrições de caráter ético e social, de preparação física dos aspirantes para obter flexibilidade e boa saúde e, finalmente, de interiorização para atingir a meta final, que é aprimorar-se nas práticas meditativas, capazes de cessar as atividades involuntárias da mente e chegar à dissolução no absoluto.
Yama, Disciplina
 São cinco orientações morais para o bom convívio em sociedade e consigo mesmo. Têm o propósito de aumentar o bem estar coletivo, além de diminuir os fatores que causam intranqüilidade e confusão na mente.
1 Ahimsa, ou não-violência
2 Satya, ou verdade
3 Asteya, ou não roubar
4 Brahmacharya
5 Aparigraha, ou não cobiçar
                                   Nilyama, Autodisciplina
 São as orientações de conduta e disciplinas individuais. Contemplam atitudes que tem como função o domínio sobre os cinco orgãos da percepção: olhos, ouvidos, nariz, língua e pele.
1 Saucha, ou Pureza
2 Samtosha, ou contentamento
3 Tapas, ou austeridade
4 Svadyaya, ou estudo de si mesmo
5 Ishvara Pranidhana
                         Asana, Postura
 Se refere as posturas adequadas à meditação, nas quais o yoge pode dar firmeza e estabilidade ao corpo, reduzindo o esforço físico ao mínimo necessário.
 Os asana tornam o corpo do praticante forte e preparado para a disciplina espiritual. Ao trazer saúde para o corpo, o praticante adquire longevidade e sente mais disposição para a vida espiritual.
               Pranayama, Domínio da Força Vital
 O prana, ou energia vital, circula pelo corpo atravès dos nadis, traduzindo como “rios de energia”. Segundo as antigas escrituras, existem 72.000 nadis no nosso corpo. Os três nadis mais importantes são os seguintes: sushumna; que passa pelo canal da espinha, dentro da coluna vertebral; ida, que vai do ovário ou testículo esquerdo até a narina direita; e pingala, que passa do ovário ou testículo direito até a narina esquerda.
 Os exercícios de pranayama servem para ampliar a percepção da consciência e do autoconhecimento.  
Nadishodhana Pranayama (respiração polarizada)
Ujjayj Pranayama (ujji = conquistar)
Bhastrika (respiração fole)
Kapalabhati (kapala = crânio + bhati = brilhar)
            Pratyahara, retração dos sentidos
 É o quinto passo do yoga. O praticante recolhe os seus sentidos para mergulhar na consciência interior. O prayahara é uma espécie de passagem dos aspectos externos do yoga (yama, niyama, asana, pranayama) para os internos (dharana, dhyana e samadhi). Nesse ponto, deve-se perder a noção de corpo físico do mundo  externo.
 Existem quatro formas básicas de pratyahara que possuem métodos específicos.
controle da energia
controle dos sentidos
controle da ação
controle da mente
                                  Dharana, concentração
 é a fixação da atenção em um objeto, que pode ser concreto ou abstrato, de modo   que a atenção fique completamente voltada para ele, propiciando as condições para realizar o processo meditativo. É a continuação da inibição sensorial, na qual a concentração significa a contenção da mente em um estado de imobilidade.
                      Dhyana, meditação
 Em dhyana, a dispersão mental foi vencida e a fixação no objeto é total, preenche todo o espaço da consciência. Nesse estado não se perde a lucidez e tem-se a impressão de que ainda estamos mais despertos embora a consciência do mundo externo seja nula.
                           Samadhi, Hiperconsciêcia
 É o objetivo final do yoga, quando o praticante mergulha nas camadas mais profundas da consciência. Todos esses estágios descritos por Patanjali servem  para ajudar o praticante a alcançar maior consciência.

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