Psicologia
Psicologia do senso comum
Usa-se o termo psicologia, no nosso cotidiano, para designar uma serie de fatos. Por exemplo, quando fala-se do poder de persuasão do vendedor, diz-se que ele usa de “Psicologia” para vender seu produto; quando se refere à jovem estudante que usa de seu poder de sedução para atrair o rapaz, diz-se que ela usa de “psicologia”; e quando as pessoas procuram aquele amigo, que está sempre disposto a ouvir seus problemas, dizem que ele tem “psicologia” para entender as pessoas.
Essa psicologia, usada no cotidiano das pessoas em geral, é denominada de psicologia do senso comum. Mas nem por isso deixa de ser uma psicologia.
A dona de casa, quando usa a garrafa térmica para manter o café quente, sabe por quanto tempo o café permanecerá razoavelmente quente, sem fazer nenhum cálculo complicado e, muitas vezes desconhecendo completamente as leis da termodinâmica. Esse tipo de conhecimento que se acumula no cotidiano é chamado de senso comum.
O senso comum, na produção desse tipo de conhecimento, percorre um caminho que vai do hábito à tradição que, quando instala, passa de geração para geração.
Esse conhecimento do senso comum, além de sua produção característica, acaba por se apropriar de uma maneira muito singular de conhecimentos produzidos de outros setores do saber humano.
O senso comum mistura e recicla esses e outros saberes, muito mais especializados, e os reduz a um tipo de teoria simplificada, produzindo uma determinada visão-de-mundo.
A Origem da Psicologia Científica
É em meados do século XIX que os problemas e temas da psicologia, até então estudados exclusivamente pelos filósofos, passam a ser, também, investigados pela Fisiologia e pela Neurofisiologia em particular.
Os avanços que atingiram também essa área levaram à formulação de teorias sobre o sistema nervoso central, demonstrando que o pensamento, as percepções e os sentimentos humanos eram produtos desse sistema.
Para se conhecer o psiquismo humano passa a ser necessário compreender os mecanismos e o funcionamento da máquina de pensar do homem – seu cérebro. Assim, a Psicologia começa a trilhar os caminhos da Fisiologia, Neuroanatomia e Neurofisiologia.
Algumas descobertas são extremamente relevantes para a psicologia. Por exemplo, por volta de 1846, a neurologia descobre que a doença mental é fruto da ação direta ou indireta de diversos fatores sobre as células cerebrais.
A neuroanatomia descobre que a atividade motora nem sempre está ligada a consciência por não estar necessariamente na dependência dos centros cerebrais superiores. Por exemplo, quando alguém queima a mão em uma chapa quente, primeiro tira-a da chapa para depois saber o que aconteceu. Esse fenômeno chama-se reflexo, e o estímulo que chega à medula espinhal, antes de chegar aos centros cerebrais superiores, tem lá mesmo um ordem resposta para tirar a mão.
Por volta de 1860, temos a formulação de uma importante lei no campo da psicofísica. É a lei de Fechner – Weber, que estabelece a relação entre sensação e estímulo, permitindo a sua mensuração.
Essa lei teve muita importância na hitória da psicologia porque instaurou a possibilidade de medida do fenômeno psicológico, o que até então era considerado impossível.
Outra contribuição muito importante nesses primórdios da psicologia científica é a de Wilhelm Wundt (1832-1926). Wundt desenvolve a concepção do paralelismo psicofísico, isto é, aos fenômenos mentais que correspondem aos fenômenos orgânicos.
A Psicologia Científica
Seu status de ciência é obtido na medida em que se “liberta” da filosofia, que marcou sua história até aqui, e atrai novos estudiosos e pesquisadores que, sob os novos padrões de produção de conhecimento passam a:
- definir seu objeto de estudo (o comportamento, a vida psíquica, a consciência);
- delimitar seu campo de estudo diferenciando-o de outras áreas do conhecimento como a filosofia, a fisiologia, por exemplo;
- formular métodos de estudo deste objeto;
- formular teorias enquanto um corpo consistente de conhecimentos na área.
Essas teorias devem obedecer aos critérios básicos da metodologia científica, isto é, deve-se busca a neutralidade do conhecimento científico, os dados devem ser passíveis de comprovação e o conhecimento deve ser cumulativo e servir de ponto de partida para outros experimentos e pesquisa na área.
Os pioneiros da psicologia procuraram, dentro das possibilidades, atingir tais critérios e formular teorias. Entretanto, os conhecimentos produzidos inicialmente caracterizam-se, muito mais, como postura metodológica que norteava a pesquisa e a construção teórica.
Embora a psicologia científica tenha nascido na Alemanha, é nos Estados Unidos que ela encontra campo para um rápido crescimento, é ali que surgem as primeiras abordagens ou escolas em psicologia, as quais deram origem as inúmeras que existem atualmente.
Essas abordagens são:o Funcionalismo, de Willian James (1842-1910), o Estruturalismo, de Edward Titchner (1867-1927) e o Associacionismo, de Edward L. Thorndike (1874-1949).
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