terça-feira, 30 de novembro de 2010

Egito e a religião

                   O Egito e a religião
  Um dos aspectos da religião egípcia, expresso com mais freqüência pelas artes, é a crença numa vida futura. Todo o ser humano é composto por quatro elementos: o ka, ou duplo, réplica imaterial do corpo; o ba, ou bai, comparável a alma das religiões cristãs; o khu, chispa do fogo divino; e o corpo. Os quatro elementos deviam ser conservados depois da morte. O ba e o khu, elementos espirituais, exigiam apenas orações e não exerciam influência determinante na arte. O corpo, como habitação do ka, devia ser mumificado e depois protegido. Os egípcios fizeram tudo o que está em seu poder para conservar intactas as sepulturas, uma vez que eram habitadas pelo ka. O túmulo transformou-se na casa do morto, devendo permitir-lher viver agradavelmente. Contudo, como a múmia podia estragar-se ou desagregar-se, os egípcios colocavam no túmulo uma ou varias efígies do defunto. Se o corpo fosse destruído, o ka podia penetrar numa de suas réplicas, realizadas quase sempre em material duro. O granito, mais sólido do que a madeira ou o calcário, era o material ideal, mas é uma pedra difícil de talhar; por isso, a sua utilização era limitada.
 Como o ka podia continuar a viver na múmia ou nos retratos, no interior do túmulo, forçoso era alimenta-lo. Os piedosos descendentes traziam-lhe, por isso, oferendas; mas eles sabiam que algumas gerações mais gerações mais tarde, o morto seria provavelmente esquecido. Começou-se assim a representar a preparação, depois à produção dos alimentos e, por vezes, até todas as atividades da vida. O túmulo transformou-se num verdadeiro livro de imagens da vida no Egito.       

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