sábado, 26 de fevereiro de 2011

Quantidade e Qualidade na Arte (Cubismo)

Quantidade e Qualidade na Arte (Cubismo)
  Reduzindo a natureza a formas geométricas, o cubismo é mais uma pesquisa, um ensaio simplista à cata das formas originarias, não um fim, mas um meio da investigação da substância, na procura e na interpretação mais profunda e verdadeira das coisas, desinteressando-se pelas aparências, que formam um dos fundamentos da objetividade, na arte. O cubismo expressa uma nova vontade; uma vontade plástica fundamental, decorrente de uma nova consciência, que se preocupam pela substantividade, fugindo das categorias qualitativas julgadas meras aparências. O cubismo busca os fundamentos da coisa em si, em seu sentido estático, não dialético; é uma independentização da natureza ao império da subjetividade; é, portanto, uma negação da subjetividade por ser uma arte puramente quantitativa.
Mas o conhecimento do homem é baseado em qualidades; o homem somente conhece a qualidade das coisas, não a substantividade delas.
Pode-se dizer que a qualidade é a percepção humana da substantividade. O homem mede-as, apreende-as, por lineamentos adjetivos, portanto subjetivos.
O cubismo, procurando reproduzir a substantividade, tinha naturalmente de ser geométrico, porque daquela só se pode ter uma imagem geométrica.

Valores Místicos

            Valores Místicos
  Os valores místicos se revelam de tal forma, que valorizam as grandes obras artísticas; entre eles, que tem sua presença na obra de arte pode-se salientar os seguintes:
O sublime: humilha e exalta, sente-se temor e beatitude; é neste estado contraditório que se permanece ante o sublime. Quando uma obra de arte consegue alcançar este ponto, ela atinge um máximo de valor.
O tremendo: provoca nas pessoas uma onda aprazível, uma vaga quietude e um profundo recolhimento. Há obras de arte, ante as quais, só o silencio pode ser a maneira de expressar o que ela sente.
O fascinante: As pessoas sentem-se dominadas, raptadas sem que nada façam para impedir, porque, na fascinação, há alegria e delicia nesse entregar-se. Só os grandes artistas alcançam um valor tão alto.
  Esses valores não são encontrados em expressão clara nas formas exteriores; pois são valores ocultos, Por isso, místicos que não se sabe onde está, mas revelam-se na atmosfera da obra, no seu conjunto.


sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Espaço e Tempo na Arte

   Espaço e Tempo na Arte
   Tudo que tem expansão tem tempo, tudo o que tem tempo tem expansão.
1.     O espaço e o tempo são impressões primarias resultantes do estado de consciência vigilante.
Para o homem a direção e o movimento deram-lhe a noção do tempo e a marcha, para frente ou para trás, deu-lhe a distinção do presente, passado e futuro.
2.     A arte não se cinze ao dimensionalismo do mundo dos sentidos do homem.
Há possibilidades, no próprio homem de alcançar o “conhecimento” de outras dimensões. A arte é talvez a ponte que liga ele ao mundo multidimensional que oferece a matemática.
3.     O tempo é dinâmico, e o espaço estático.
O conceito de tempo implica o de espaço, e vice – versa.
4.     Não se concebe o existir sem a finitude, porque todo existir finito está cercado pela privação que gera a angustia da existência.
5.     É possível conceber o tempo sem conceber a eternidade.
O eternamente atual na arte é o instante que se liberta do tempo.
6.     Não é aceitável um tempo sem espaço, nem um espaço sem tempo.
A concepção mais predominante do tempo era, sem duvida, esse sentido contraconceitual do espaço.
7.     O problema do espaço na arte moderna é colocado de novo em xeque.
O artista modifica o espaço e o tempo ao sabor de suas intuições.
8.     O problema do tempo e do espaço é também tema da matemática.
Cada cultura terá a sua ou varias interpretações do tempo.
9.     É comum ver-se no artista uma concepção própria do tempo.
      O tempo do artista nada tem a ver com o tempo da “natureza”.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Quando a Arte subsite às interpretações

Quando a Arte subsiste às interpretações
1.     As pessoas não acreditam, e nem querem acreditar na mortalidade da arte, nem de uma arte.
O que há de eternamente atual nas grandes obras é precisamente o que transcende ao tempo.
2.     Dizer-se que uma arte é inferior a outra é manifestar a incompreensão, falta de perspectiva ou “excesso de perspectiva”.
O fenômeno estético é um fenômeno de vida, e exige também uma lógica existencial.
3.     Arte não é um sistema. Arte é vida.
 É ingenuidade acreditar nos limites da arte.
4.     As pessoas querem na arte algo pra conquistar.
Não tem o valor da vitória o que se consegue facilmente.
5.     Cada época histórica tem lógica; variam os preconceitos, os postulados e os axiomas na arte, assim como variam na vida.
 Só assim se compreenderá porque nascem, desaparecem, morrem ou ressuscitam os modos de expressar o fenômeno estético.
6.     É o definitivo que marca o fim do artista.
 Considerar que sua obra atingiu o limite é o maior mal que pode sobrevir a um artista.
7.     Atingir o trágico é uma possibilidade do artista, até para o quotidiano, até para a terra – a – terra.
A música na arte já é uma vitoria sobre o espaço; não o refuta, apenas o completa.
8.     A arte moderna é uma arte para ser interpretada.
A arte moderna exige, para sua plena fruição, o espectador como interprete.
9.     Na ficção a mentira se torna verdade, verdade que o espectador quer acreditar, verdade que saiu da imaginação do narrador.
 Na arte não existe separação entre “aparência” e “verdade”; nela tudo que convence é verdade.
10.  O artista não deve se prender a uma idéia.
 O artista tem o direito de ser muitas vezes incoerente.
11.  Se pelo fato de, na decadência de uma arte, manifesta-se um excesso de pormenores, ou multiplicidade erudita, não quer dizer que toda simplicidade seja plenitude.
       A decadência também se manifesta no simples.
12.  O artista é ainda o grande comunicador da alma.
A arte se comunica, numa linguagem que não é a da ciência, verdades psíquicas profundas.
13.  Para a arte, ou para uma arte, pode buscar produzir efeitos com elementos de outra.
 Na arte, atualmente, coordenam-se as artes, alargam-se os horizontes
14.  Não existe um antagonismo irreconciliável entre natureza e artista.
 Copiá-la não basta transformá-la não é tudo, não é o meio termo o que é desejável, mas a conjunção dos extremos.
15.  Querer que os homens falassem a verdade é preconceituar.
A verdade nada tem a ver com a arte.
16.  Para o artista só a estética pode justificar o mundo.
 E grandes são as justificações, grandes são as realizações e as idéias, grandes os homens, quando a todos eles se alia algo de estético.
17.  A arte é também uma forma de medir as coisas.
 O homem ao medir descobre a si mesmo, é, portanto, um ato de criação.
18.  É já num estagio superior que o homem interpreta a si mesmo ou se evada de seus instintos por formas de cultura.
 Toda vez que uma obra de arte é capaz de produzir o fenômeno estético em mais de um ser humano, essa obra de arte é social.
19.  Toda verdadeira obra de arte subsiste as interpretações.
A crítica não a esgota, a análise não a esteriliza; e quando possui o eternamente atual, encontra em cada geração seus interpretes.
20.  Não há artes superiores.
 A capacidade emotiva de um “homem cultural” corresponde à sua cultura.
21.  Assim como na musica, há algo na poesia que transcende ao mundo do conhecimento óptico, pois este é limitado às resistências luminosas.
É a arte que tem ensinado que o limite é apenas uma resultante da experiência das pessoas, e há possibilidade de um espaço cósmico sem limites e que exceda também a possibilidade óptica.
22.  A própria pintura nega as afirmações da teoria do conhecimento.
É que o mundo, como é conhecido, é uma acomodação do que as pessoas fazem e não representa toda a realidade.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Os Ismos

          Os Ismos
  Os ismos são sempre formas viciosas; o excesso de fidelidade ao objeto cria o realismo; à impressão, o impressionismo; à expressão, o expressionismo.
Mas as formas viciosas conhecem graus; são mais ou menos viciosas. Podem ser distinguidos três graus de sectarização de particularismo, de especialismo.
1)     Quando se dá mais valor, isto é, quando se dá a ênfase de valor a um valor, que predomina sobre os outros, que continuam, no entanto, tendo presença atual
Ex: no simbolismo, o valor simbólico é predominante, mas os outros continuam ainda presentes.
2)     Exageração do valor atualizado, ao qual se dá a ênfase, com enfraquecimento crescente dos outros valores e já com ausência de alguns invariantes
      Ex: o expressionismo que valoriza exageradamente a expressão, e reduz outros valores ao mínimo, ausentando até muitos outros.
3)     Exageração máxima do valor atualizado (ênfase total), com ausência de todos os outros valores.

      Ex: no abstracionismo, que afasta outros valores para acentuar exageradamente um ou alguns.

Valores Estéticos e Artísticos

Valores Estéticos e Artísticos
  São considerados como valores estéticos e artísticos, aqueles que são dados pela estática, ou pelas diversas artes; pois como não são totalmente separadas, umas influem sobre as outras com seus valores.
Os valores de maior ou menor grau de intensidade são: beleza, sublime, trágico, cômico, graça, estilo, simbólico, hermético, mágico, místico, divino, hierático, santo. Eles emprestam maior valor a uma obra de arte, e que harmonizados com a expressividade, tornam mais perfeita uma obra.
Ex: a graça valoriza uma casinha de campo exposta numa paisagem pictórica
Os valores de outras artes que contribuem para exaltar uma obra de arte são: o poético, o prosaico, o musical, o arquitetônico, o pictórico, o escultural.
Esses valores se harmonizam com os anteriores e revelam o equilíbrio de uma obra de arte.
      Terceira regra de apreciação
  Verificar se os valores específicos de uma arte se equilibram, pelo tratamento, com os valores técnicos, decorativos e estéticos, com os valores de expressividade e os objetivos; se há esse equilíbrio (harmonia), a obra é de grande valor; se não, não!
Uma obra de arte é considerada monstruosa, quando é uma negação da harmonia e da estética; por isso nela também devem ser considerados os valores éticos.
Uma obra de arte deve ser uma exaltação humana e ter uma presença cósmica (de ordem) e não acósmica (destruidora da ordem).
Toda arte é abstrata; mas o abstracionismo é um tendera considerar os valores como variantes apenas; o máximo de abstração seria a ausência de todos os valores.
 Formas Viciosas: seus graus
  Características da arte do ciclo cultural:
1° fase: atualização de um ou mais valores, predominando sobra os outros com a presença atual (dinâmica vital)
2° fase: exageração do valor atualizado, enfraquecimento de outros e ausência de muitos (dinâmica tendendo para acosmia)
3° fase: esgotamento pela exageração do valor atualizado, que perde suas raízes simbólicas (acosmia total).
Arte pictória pura: seria a de equilíbrio total (ideal)
Arte pistória real: inferior – fases posteriores
                                Superior – até 1° fase
Método de julgar: procurar reduzir os símbolos de uma arte em outra; logo surgirá a sua qualidade superior ou inferior. Os valores devem ser considerados como variantes ou invariantes (imprescindíveis).
Lei da economia estética: expressão máxima com o mínimo de elementos
Lei do bom gosto: evitar todo o exagero e toda a deformação que desequilibra, toda violentação exagerada dos valores.







sábado, 19 de fevereiro de 2011

Esquema de apreciação Estética e Artística

Esquema de apreciação Estética e Artística
   Para proceder à apreciação justa de uma obra de arte, impõe-se desde o inicio considerar:
1)     objetivamente: a obra realizada
2)     subjetivamente: o papel que desempenha o autor da mesma
Os outros valores podem ser considerados, só depois de considerar os valores com base material na obra e os valores de origem subjetiva (do artista).
Uma obra de arte tem sempre um motivo, um assunto, um tema, que recebem um tratamento do artista. Esse tema, realizado pelo artista, é chamado de objeto da obra de arte, e pode ser considerado:
1)     como é...
Uma reprodução fiel do tema ou motivo
Ex: na pintura, uma paisagem, que é reproduzida com a máxima fidelidade.
2)     como é sentido...
O artista aproveita o tema e o interpreta simbolicamente
3) como é visto...
Há uma tradução do motivo pelo artista, pois ele capta a impressão que lhe dá o motivo e o traduz como sucede no impressionismo.
As preferências que o espectador possa ter quanto ao modo de expressar o motivo, como ele é, ou como é sentido, ou como ele é visto, apenas revelam juízos de gosto e não de valor. O verdadeiro apreciador de uma obra de arte deve contemplá-la, superando as suas preferências de gosto.
       Primeira regra de apreciação
  Verificar como o autor expõe objetivamente sua obra (se realista, se simbólica ou interpretativa, se tradutiva). O valor de uma obra está na sua expressividade; que é o modo subjetivo de tratamento do objeto, quer dizer a expressividade revela o sujeito (artista).
O artista, expressa e se expressa ao realizar objetivamente a sua obra de arte; e nessa expressividade revela:
a) originalidade: quando expressa algo que nele tem origem, isto é, uma forma nova de expressar;
b) imaginação: que é a ação de combinar imagens diversas, dando-lhe uma nova ordem, com unidade;
c) espontaneidade: quando a expressividade surge como fluente, fácil, sem entraves, como se brotasse de um jorro;
d) inspiração: quando revela um grau superior, místico que dão ao artista o papel de um inspirado, além do normal.
       Segunda regra de apreciação
Analisar se a expressividade do autor corresponde harmonicamente ao objeto; ele pode dar-lhe ainda maior sensualidade ou torná-la meramente sensível.
O papel da expressividade é tal que pode tornar a mera reprodução num como é sentido (símbolo ou interpretação). Assim, por ser um autor realista, não impede que seja, embora em grau menor, um interprete da própria obra. Por isso os valores objetivos podem ser combinados entre si pela ação da expressividade.
Para realizar com plenitude a segunda regra, a comparação que o espectador pode fazer entre objetivo e o subjetivo (expressividade) permitem reconhecer um equilíbrio entre ambos, equilíbrio este que é a sua harmonia, e que, por sua vez, é já um grande valor.
Pode-se gostar muito de uma obra de arte, mas quando se faz a apreciação estética, o espectador deve considerar os valores que estão presentes na obra e não os que ele empresta.
Cada obra de arte tem seus valores correspondentes:
a)     na musica, valores musicais;
b)    na pintura, valores pictórios;
c)     na literatura, valores literários;
d)    na dança, valores coreográficos;
e)     na escultura, valores escultórios;
f)      na arquitetura, valores arquitetônicos
  Esses valores, combinados com os da expressividade, chamam-se valores ilustrativos; e a harmonia entre eles e a expressividade dão um valor maior à obra de arte.
1)     Os valores técnicos: tecnicamente o artista pode dar maior beleza, pela feliz escolha dos elementos, e temos o calistênico, ou cacotênico, quando usa uma técnica que emprega meios feios, como cores sujas, excesso de dissonância ou desarmonias, na musica, etc.
2)     Valores decorativos: esses valores decorativos são também peculiares à arte especifica como as cores, linhas e formas na pintura.
  Esses valores constituem os ilustrativos de uma obra de arte e que se harmoniza com a expressividade.








As Arte Plásticas

        As Artes Plásticas
  São chamadas de artes plásticas, as artes que trabalham no espaço e usam elementos espaciais, plásticos, como: a pintura, a escultura e a arquitetura. Os elementos são linhas, cores, massas.
A pintura tem suas origens nas mais primárias manifestações do homem primitivo, no uso de tintas para a expressão de suas emoções ou do seu mundo.
A escultura surge desde as primeiras manifestações de formas corpóreas dos deuses, homens, animais, que são encontrados nos mais primitivos.
A arquitetura surge, em suas origens, na construção dos primeiros túmulos, templos e moradias.
 

A Dança

                A Dança

  A dança é uma arte primitiva, até nos símios superiores já foi observado manifestação dela. Através da dança, o homem expressa a sua alegria e tristeza; é com o corpo que ele expressa suas emoções, é com o corpo que ele realiza a sua descarga emotiva. A dança caracteriza-se pelas expressões rítmicas do corpo, pela mímica, pelos gestos, etc.
A dança como a música, é conhecida por todos os povos, até mesmo aqueles que não conhecem a literatura escrita apenas a falada. Pode-se dizer que da dança surgiu a musica e que ambas são dificilmente separáveis, pois por ter elementos rítmicos, tem sempre um ponto de encontro com a música.

A Literatura

          A Literatura

  A palavra literatura vem de littera (letra, em latim); entre os homens mais primitivos, como ainda se vê em certas tribos que ainda existem, os mais velhos contava aos mais jovens os fatos sucedidos, os conhecimentos adquiridos e sabedoria conquistada, o que prepara os primeiros elementos da literatura. O homem usou diversos sinais verbais, para expressar as suas opiniões, e os fatos ocorridos no mundo social; mas uns indivíduos revelavam ter mais habilidade para relatar tais fatos ou conhecimentos do que outros.
Quando os homens gravaram, por meio de ideogramas, em inscrições, os fatos de sua vida ou as suas idéias ou os seus anseios e terrores (como as gravações de diversos sinais para indicarem o que desejam dizer), teve a literatura a sua aurora. A palavra escrita é uma conquista posterior da humanidade já culta.
A divisão da literatura em poesia e prosa é já uma caracterização das culturas superiores. A linguagem do homem primitivo ora é poética, ora é prosaica. Em certos instantes, em que as emoções são mais fortes, a poesia irrompe, enquanto na linguagem dos acontecimentos quotidianos é geralmente mais prosaica.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

As Belas - Artes

  As Belas – Artes
  É dado o nome de Belas – Artes as artes que se subordinam ao belo, que são mais fundamentalmente baseadas na Estética: como a musica, a literatura, a dança, a arquitetura, a escultura, a pintura e as artes combinadas destas, como o ballet, a arte de representar, etc.
Atualmente este termo é pouco usado, porque muitos estetas são incapazes de penetrar e analisar o tema belo, e preferem escamoteá-lo, desligando-o da arte, rejeitando a expressão, Belas – Artes.
            Classificação das Artes
  A classificação das artes é um dos grandes problemas para os estetas; surgiram muitas classificações, mas entre todas; a que melhor corresponde é a que se funda nos sentidos da visão e do ouvido.
O ouvido oferece as pessoas à melhor sucessão das vibrações sonoras, razão porque é um órgão mais temporal que a visão, que dá mais captação do espaço. Assim as artes se classificam em: arte do Tempo e artes do Espaço.
Mas não quer dizer que nas artes do espaço não haja tempo, mas em proporção menor; como, por sua vez; não haja nas artes do tempo o espaço, embora proporcionalmente em grau menor.
                  Artes do Tempo
     Literatura – Música – Dança
(poesia e prosa)
     
     Pintura – Arquitetura – Escultura
                 Artes do Espaço
  Uma simples analise logo mostra que a musica é arte mais temporal e a arquitetura a mais espacial; a escultura também espacial, por sua vez, se aproxima mais da dança, enquanto a pintura se aproxima mais literatura, que é temporal.
As três primeiras são artes temporais, porque não se oferece como um todo, mas na sucessão, que é a característica do tempo. Já um quadro (pintura) ou uma escultura apresenta-se como um todo no espaço; e não através de uma sucessão.
Desta forma, as primeiras artes são artes da sucessão, as segundas são artes da simultaneidade.
 As artes fundamentais são seis (dança, arte de representar, literatura, pintura, escultura, arquitetura); quando se fala em outras (como sétima arte, oitava ou nona), deve-se considerar que tais outras são apenas combinações destas artes fundamentais.
Ex: o cinema é uma combinação coordenada de movimentos expressivos (dança, arte de representar, literatura, pintura, escultura, arquitetura.
É uma arte de combinação, por isso é sucessiva (tempo) e espacial.
Chamam em geral de artes plásticas as artes do espaço.




A Música

                           A Música
  Para os egípcios, todo o existir é vibratório, daí dizem, simbolicamente, que tudo surgiu da água (que por vibrar indica as vibrações), principio supremo de todos os seres.
Como a musica trabalha com sons (vibrações) é a arte suprema, porque expressa o principio supremo de todos os seres: a vibração
Do Egito, foi à palavra moys levada aos gregos; e a técnica de realizar  vibrações  é a música (musa e tekninká=musiká). A voz humana manifesta em graus diversos, altos e baixos, finos, agudos e graves.
O homem além de empregar os sons que a voz pode produzir, também aproveitou os sons dos objetos do mundo exterior, que logo depois com a técnica viram instrumentos musicais.
Na musica, há ritmo, a altura é o timbre dos sons, mas há também melodia e harmonia. A melodia é revelada na sucessão dos sons, é, portanto, horizontal. A harmonia revela-se no equilíbrio simultâneo das notas; é vertical. A melodia é mais subjetiva, mais humana; representa, na musica, a expressão do humano. A harmonia é mais intelectual, é mais estética.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

As Categorias Estéticas de Lalo

As Categorias Estéticas de Lalo
  Este é o quadro estabelecido por ele:
Inteligência
Belo
Sublime
Espirituoso
Atividade
Grandioso
Trágico
Cômico
Sensibilidade
Gracioso
Dramático
Ridículo

Há três faculdades predominantes nesse quadro:
                   Harmonia
Possuída – Procurada – Perdida
Assim tem-se:
·        A harmonia possuída através da inteligência: o belo de um templo grego.
·        A harmonia possuída através da atividade: o grandioso templo egípcio.
·        A harmonia possuída através da sensibilidade: o gracioso de uma estatueta de tanagra, ou de uma pequena casa no campo.
·        A harmonia procurada através da inteligência: é o sublime Pascal em face do infinitamente grande e infinitamente pequeno
·        A harmonia procurada através da atividade: é o trágico de Édipo ante a fatalidade
·        A harmonia procurada através da sensibilidade: o dramático da morte de uma jovem na flor dos anos
·        Uma harmonia perdida através da inteligência de uma anedota é espirituosa
·        A harmonia perdida através da atividade de um palhaço é cômica
·        A harmonia perdida através da sensibilidade, como a atitude de um enfatuado, é ridícula
Mesmo sendo proveitoso o que torna a classificação e Lalo deficiente, é o fato de não considerar devidamente a afetividade.

A Concepção Evolucionista

        A Concepção Evolucionista
    A corrente estética defendida pelos evolucionistas afirma que a beleza é uma das condições que favorece a evolução das espécies. Há duas formas de processar-se a seleção na natureza para os evolucionistas:
a) a natural
b) a sexual
A arte tem um caráter estimulante para os evolucionistas, pois o estático tem um caráter estimulante para a seleção, para a vida; por isso o estético surge da competição sexual.
O que torna a concepção evolucionista deficiente é por captar apenas alguns elementos da estética e esquecer outros.
   A Concepção Intelectualista
  A concepção intelectualista caracteriza-se por valorizar o intelecto. Em geral os clássicos, em todas as artes, dão preferência ao intelectualismo; mesmo não desconsiderando a parte afetiva, eles colocam o intelecto acima dela.
Este é o pensamento da escola intelectualista: “só a razão nos pode dar aquela ordem necessária a uma obra de arte”.
O intelecto não é um órgão genuinamente criador, mas um captador da ordem. O impulso estético é de origem afetiva, o intelecto atua para evitar seus desbordamentos, e seus excessos.
  A Concepção de Kant
  Kant aceita na estética a presença da posição intelectualista e da afetiva: a posição intelectualista funda-se em juízos de existência; a posição afetiva, em juízos de gosto, mas fundados em valores.
Há beleza, quando estas duas faculdades, que são profundamente diferentes, chegam a concordar sobre os objetos, sem acordo seja uma necessidade material ou lógica.
São estes os juízos, que Kant oferece:
1)     “A satisfação que determina um juízo de gosto é sem nenhum interesse”
É chamado de belo o objeto dessa satisfação
Ex: um pintor admira uma fruta, enquanto artista, ele não deseja nem comê-la nem vendê-la.
2)     “É belo o que agrada universalmente sem conceito”
 O conceito é sempre uma universalidade. Mas o belo é concreto, sensível, embora permaneça universal, por ser comum a todos.
3)     “A beleza é a forma da finalidade de um objeto, enquanto ela é percebida nesse objeto, sem representação de um fim”.
 Um agricultor e um botânico vêem uma fruta como um fim; mas o artista não a vê assim, não visualiza o fim.
4)     “É belo o que é reconhecido sem conceito como objeto de uma satisfação necessária”.
 Para julgar uma fruta bela, não é preciso um nexo lógico ou experimental, como exige uma proposição matemática ou física
           Concepção Lúdica da Arte
  A concepção lúdica defende a tese de que a arte nasce segundo uns, dos brinquedos infantis (ludus, em latim, brinquedo), segundo outros uma espécie de brinquedo esportivo, divertimento do ser humano.
A arte para essa concepção conserva seu espírito desinteressado, porque os brinquedos são desinteressados, são autotélicos (de autos, si mesmo e telos, fim, têm o fim em si mesmo). A arte é desinteressada, é lúcida; divertimento em suas origens.




O Vitalismo, na Arte

    O Vitalismo, na Arte
  A concepção vitalista é a de Guyau, que defendeu a arte pela arte (a arte desinteressada); para ele tinha toda a beleza: é o orgânico que na arte dá a beleza; porque o mecânico por si só, não é belo. Para ele não existia arte mecânica.
Guyau considerava a obra viva quando a sua técnica era viva “toda beleza está na proporção da intensidade da vida expressa na obra de arte”.
Uma unidade revela que as partes funcionam em relação a um todo, ao qual se subordinam, e emprestam uma coerência a ele, como o todo (unidade) influi sobre a parte. Na obra de arte não é apenas uma conjunção de elementos expressivos, mas um todo, como um organismo vivo.

A Arte e a Sociologia

    A Arte e a Sociologia
  A arte é vista pelo sociólogo através de seu ângulo: reduz ela a fatores sociais. O artista desconfia das interpretações da sociologia e as repele por julgar elas falsas.
O artista é reduzido ao homem histórico pela sociologia, que por sua vez, ele resiste a essa redução.
Não é possível excluir a influencia que uma cultura, com suas fases e períodos, exerce sobre o artista, como influencia de raça, meio, momento, etc.
Ex: a pintura flamenga e a italiana distinguem-se nitidamente, e pode ser observadas do ângulo da raça.
A influência dos acontecimentos históricos é importante para compreender as variações que a arte apresenta.
a) a da invariância: a arte como meio de expressão e sua incorporação na estética
b) a da variância: e as influencias histórico – sociais que nela marcam os aspectos diferentes.
 Se for tomada uma manifestação da arte, num período da historia, numa cultura (Ex: como foi a egípcia, a grega, a hindu, a chinesa, a ocidental), será encontrado quatro períodos principais, com analogia aos períodos da própria vida humana:
1)     Período de formação embrionária, análogo a infância
 Período de balbuciamento, de buscas, de ensaios
2)     Período de ascensão (pré-clássico), análogo a juventude
A arte, neste período atinge momentos mais altos, nos quais ainda há manifestações desmesuradas, exageros próprios de um período de juventude, com seus arrebatamentos juvenis
3) Período de equilíbrio (clássico), análogo a maturidade
Neste período, há o equilíbrio típico dos homens maduros, ponderados, que pesam os dois lados, equilibram os opostos
4)     Período de declínio (post-clássico), análoga a velhice
Neste período, surge o academismo, e como reação, o anti - academismo, as tentativas renovadoras, recuos, busca em outras culturas, tentativas de encontrar novos meios.





sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Concepção Mística da Arte

  Concepção Mística da Arte
  Esta concepção não considera o papel da sensibilidade nem da intelectualidade, mas apenas o da afetividade. Como o racional pertence a intelectualidade, esta concepção funda-se no irracional; dessa forma, o belo não pode ser criticado. Os defensores desta concepção consideram que o racional mata a arte. Por isso os que aceitam a mística na arte são anti-intelectualistas e aprovam apenas um intuicionismo páthico.
A concepção intelectualista da arte, em geral, tende os estetas latinos; já a concepção mística tende os estetas alemães.
      Concepção Estética Einfühlung
  A Einfühlung é um caminho para o místico; todo gozo estético repousa, em definitivo, na simpatia.
A Einfühlung é: uma projeção do nosso eu no objeto; uma intuição simpatética estética; o afetivo que se objetiva no objeto.
Os defensores da concepção mística da Einfühlung, dizem que a razão não pode dar o mínimo da captação do belo, o qual é captado irracionalmente através de uma vivencia emocional; portanto páthica.
A Einfühlung não se dá apenas com objetos de arte, mas com outros também; assim tem três fases na obra de arte:
1) Concepção: quando o artista, se fundido com a emoção, que lhe provoca o motivo, está estado páthico de criar a obra de arte, estado em que a concebe e a vive emocionalmente.
2) Realização: quando o artista procura, pelos meios de expressão e pelo auxilio da técnica, revela-lo.
3) Comunicação: que se dá quando o espectador, o contemplador da obra, consegue entrar em Einfühlung com a obra, senti-la, vivê-la, nela fundir-se, nela comungar (comunhão).
Os graus de uma fase para outra variam. Conseguindo perceber a diferença entre estética e arte, é possível compreender perfeitamente o significado da concepção da Einfühlung da estética alemã.
Se a concepção da Einfühlung, é verdadeira por considerar o campo da afetividade na arte, não o tem ao pensar que só por meio dela é que se pode penetrar no estético.
A visão da Einfühlung é verdadeira por considerar o campo da afetividade na arte, mas deficiente por desprezar o papel da intelectualidade na arte. Além disso, esta concepção torna difícil uma analise objetiva da obra de arte; ela tem valor na captação da parte subjetiva (isto é, dos valores subjetivos); mas é frágil nos objetivos.



quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

O Artista

             O Artista
  A causa eficiente, que faz a obra de arte, é o artista; ele é um ser humano, que é psicologicamente organizado, dentro de um corpo.
  Todo existir contingente se dá entre opostos; não seria possível distinguir nada, se não houvesse opostos, pois, do contrário, tudo seria aos olhos e ao espírito das pessoas, um único grande fato. Distingui-se uma cor porque há outra diferente, para que esta se separe se apresente, se diferencie.
As contradições não estão só nas coisas, mais nas pessoas também. O artista é opositivo, como todo ser humano, porque em si se chocam as oposições próprias do ser psicológico. Mas essas oposições não são mais intensas no artista do que no homem comum; podem até ser menores; mas a diferença está na hora de se expressar:
O homem comum: exterioriza se m estética
O artista: exterioriza suas oposições e contradições subjetivas com estéticas
Pode ser estabelecido para o artista, o seguinte esquema de grande valor na apreciação de uma obra de arte:
a)     Como homem, o artista, como individuo, tem um psiquismo em um corpo. Herda esquemas de seus antepassados, mas, além disso, está em função da
b)    Cultura à qual pertence; e esta tem suas fases, períodos (naturalismo, classicismo, romantismo, e outros), estilos, ritmos, etc.
c)      Vive uma emoção e deseja exterioriza-la; é a catharsis que se impõe, e a faz através de
d)    Meios de expressão (sons, palavras, cores, linhas, massas, movimentos rítmicos, segundo as diversas artes); para isso ele usa a
e)     Técnica; por meios técnicos ele tem valor
f)      Estético; o artista destina sua obra para o
g)     Publico; a critica teórica, como a empírica, além do contemplador, e o artista é influenciado, segundo certos graus, por esse público; mas ele também é
h)     Espectador; não só de sua obra como da de outros; ele se diferencia a ponto de influir em seus trabalhos posteriores, pois se auto – analisa, se autocrítica.