O Sublime
A forma mais simples sob a qual pode ser avaliada a grandeza nos objetos é a de uma extensão imensa; as coisas vastas fazem nascer à impressão do sublime.
Ex: um grande campo, onde a vista se perde na distancia.
Foram sempre esses, os temas mais sublimes que a literatura empregou: o cimo de uma montanha, um abismo profundo, um grande rio, cujas margens desaparecem na distancia, o firmamento, o oceano, o universo estrelado.
Assim como a proporção exata das partes constitui quase sempre a beleza, o sublime desdenha dessa proporção. O sublime, aceita o desproporcionado, o imenso, o ilimitado.
Ex: uma catedral gótica, com duas torres esguias, penetrando pelo céu, dá sempre a impressão do sublime.
O sublime é a expressão do grandioso, por isso tem graus, e também valor; mesmo havendo sublimidade na beleza, o sublime pode não ter a beleza num grau elevado; é comum confundir-se o belo com o sublime.
Ex: chama-se de belo um gesto sublime.
O tema do sublime é fundamental na Estática e na Arte, porque coloca as pessoas ante as mais profundas raízes da emoção humana, e abre caminho para que elas compreendam devidamente o que é Arte.
O que é grande ainda não é sublime; no sublime, há algo de misterioso, tem uma dupla característica:
a) provoca na alma humana, de inicio, uma repulsa, mas
b) a atrai imediatamente
O sublime humilha e exalta ao mesmo tempo, comprime a alma e a expande no mesmo instante, produz temor e beatitude.
Para diferenciar o belo do sublime, basta verificar o grau de sublimidade (que não depende do grau de beleza); há fatos mais sublimes que outros, sem que apresente na mesma proporção graus de beleza.
Catharsis
A descarga emocional do ser humano é conhecida como catharsis; todo homem que sente e sofre, ama e deseja, necessita dessas descargas aliviadoras. Pois quando o homem começou a realizar essas descargas emocionais (catharsis), mas realizando-as com os elementos da estética (harmonia, beleza, sublimidade), o realizou a Arte.
A arte é superior quando ela junta:
1) Técnica apropriada à
2) Expressão (catharsis) ou catarse, com beleza
3)Beleza
Arte, portanto é a expressão da descarga emocional do ser humano com beleza, realizada por meios técnicos.
Na arte é preciso considerar sempre:
1) A parte estética (objetiva);
2) A parte humana (subjetiva);
Considerar a arte apenas um desses dois lados, é considera - lá abstratamente, ou seja, separar mentalmente o que na realidade não se separa; pois não se pode realizar uma apreciação justa de uma obra de arte sem eles.
Objetivo: é a posição intelectual da arte
Subjetivo: é a posição afetiva da arte
Uma obra de arte pode apresentar dois pólos de três maneiras:
1) Superação do subjetivo sobre o objetivo
Neste caso, o aspecto psicológico afetivo é predominante.
2) Superação do objetivo sobre o subjetivo.
Neste caso, a obra revela cerebralismo, com tendências as formas viciosas do mecanicismo, pela revelação de frieza.
3) Equilíbrio dinâmico de ambos.
Este é o ideal que surge em todos os movimentos clássicos.
Assim:
No primeiro caso: os períodos da arte que se pode classificar de Juvenis, pois o arrebatamento emotivo supera a expressão, ou esta é apenas uma explosão daquele, como no romantismo.
No segundo caso: as diversas formas realistas, ou excessivamente formais, como o parnasianismo, como se vê na literatura.
No terceiro caso: a série das manifestações clássicas, que não devem ser confundidas com o classicismo, que já é uma forma viciosa.
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