A Dança através dos tempos e das culturas
A dança surge com o homem; nas mais antigas culturas, são encontradas referência a esta arte.
Nos países mesopotâmicos (onde floresceram as culturas babilônicas e assírias), encontram-se documentos do século IX a.C. que mostra as procissões sagradas, realizadas por estes povos, que geralmente eram acompanhados por instrumentistas que levantavam o pé cadenciadamente.
Através da Bíblia, é possível saber quando Moisés voltou do Egito, Miriam e todas as mulheres saíram para recebê-lo, tangendo pandeiros e dançando, ao mesmo tempo em que cantavam.
Os judeus dançavam por ocasião de suas três festas anuais: a de Maio, a do Tabernáculo e a das Searas.
A mais antiga dança egípcia parece ter sido astronômica; supõe-se que aprenderam esta dança dos magos caldeus; estes magos, por seu turno, teriam aprendido dos primitivos habitantes da Índia. Os persas e assírios praticaram-nas, sendo elas legadas aos gregos através dos egípcios. Estas danças são encontradas ainda, mas já em formas evoluídas, no cristianismo, nas procissões sagradas, realizadas à noite, iluminadas por círios.
Na Grécia a dança estava presente em todas as atividades; os gregos utilizavam esta arte quer como divertimento, quer como educação, quer como espetáculo artístico, etc. Todas as camadas sociais dançavam, desde os filósofos e poetas até os trabalhadores e guerreiros.
As mais antigas danças eram usadas nos ritos para festejar Dionísios; deste rito é que nasceu o teatro cantado e dançado, nas suas formas primordiais, a tragédia e a comedia. Mas, além do servir no teatro, a dança fazia parte da ginástica do corpo e da educação da juventude. Havia as danças chamadas pírricas, que serviam para o desenvolvimento físico e guerreiro dos jovens.
Realizavam-se também dança em honra dos deuses; havia danças virginais, executadas por jovens virgens em cerimônias núpciais. Além destas havia as orgiásticas, as das festas publicas e de teatro, as da vida privada, realizadas em determinadas ocasiões, como nascimentos, aniversários, mortes, banquetes, etc.
A dança em Roma não guardou durante muito tempo o aspecto tradicional; os jovens patrícios começaram a dançar a noite, à luz das tochas, eram danças sensuais, nas quais ambos os sexos cobriam o rosto com mascaras. Eram as danças das bacanais puramente instintivas e sensuais. No teatro romano predominava a dança pantomímica.
Os primitivos cristãos dançavam e cantavam seus hinos e cânticos; até o século V, parece não ter havido proibições quanto as danças dentro dos templos; entretanto, do século X a XV, os documentos e textos demonstram que as danças nas festas que se celebravam, dentro dos templos, foram muito combatidas. Outros documentos do século XVI contam que padres e todo o povo dançaram em roda, cantando.
As danças medievais têm suas origens nas danças pagãs. Assim, a dança dos Archotes, que se realizava no primeiro domingo da quaresma, em torno de fogueiras, e as danças em torno do fogo de São João, que se realizavam em 24 de junho, tem sua origem nas festas cristãs em honra do fogo purificador, as quais eram chamadas Palilies.
A mais terrivelmente celebre das danças medievais de caráter religioso foi à dança dos mortos, a dança macabra: nesta dança entravam todos, ricos ou pobres, altos clérigos, comerciantes, príncipes, etc., para serem julgados pela morte, que saltava de alegria; pretendiam dizer que a morte ninguém escapa, nem pobres nem ricos, nem bons nem maus.
Na vida popular, nos salões nobres dançava-se uma dança majestosa e solene, a carola: era dançada em fila, e os pares iam de mãos dadas, passeando através dos salões dos castelos dos prados floridos, enquanto os músicos tocavam instrumentos.
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