Fantasia e realidade
O homem não é apenas aquilo que diz ou faz, mas também aquilo que sonha, devaneia e imagina; além disso, muito do que diz ou faz foi antes imaginado e vivido no seu mundo interior e grande parte de seu devaneio se refere ao que já foi dito ou feito. A relação entre fantasia e realidade não é uniforme em todos, em alguns, a fantasia pode ocupar o primeiro plano, e reduzir ou eliminar o mundo real; em outros, o domínio da fantasia se restringe a uma face condenada, ciosamente mantida; em outros, ainda, a fantasia é um domínio tão nítido quanto à realidade, e os dois domínios se interpretam e mutuamente se iluminam.
A fantasia pode ser um recurso para fugir a realidade, mas pode ser também um recurso de compreensão e analise; existem fantasias nitidamente compensatórias, mas outras constituem formas inteligentes de enfrentar a realidade. Não existem apenas diferenças individuais quanto à função e à relativa importância da fantasia; em cada individuo, existem notáveis diferenças entre os vários níveis de fantasia; no domínio da fantasia existem diferentes “graus de realidade”, alguns devaneios são percebidos e vividos como eventualidades prováveis ou possíveis; outros são percebidos como coisas ou acontecimentos impossíveis, a que o individuo se apega compulsivamente.
- no primeiro caso, a fantasia tem um objetivo de preparação para a realidade.
- no segundo, é nitidamente compensatória, e tende a aparecer, provavelmente, sempre que as condições reais se tornam extremamente difíceis.
Dos diferentes níveis que a fantasia apresenta, o mais pobre é:
Fantasia heroica: o individuo é sempre o herói, a figura central da ação, as maiores dificuldades são superadas, pois foram criadas exatamente para a superação; embora esse nível de fantasia possa ter grande importância para a manutenção do equilíbrio da pessoa, é geralmente pouco produtivo e desagradável.
Num nível mais profundo existe:
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