terça-feira, 15 de março de 2011

Petrouchka

           Petrouchka
  A história de Petrouchka é a seguinte:
Primeira cena – Um carnaval em São Petersburgo. O cenário mostra as casas da cidade, e, no fundo, um teatro de bonecos. Há uma grande atividade na rua, pessoas passando, cada uma das quais com caracteres bem diferentes: duas ciganas, um homem velho, um dançarino de rua, marinheiros, etc. Depois de uma introdução, surge através de uma cortina a cabeça do charlatão, com uma longa roupa e um chapéu pontudo. Olhando fixamente para a multidão, começa a tocar flauta. A cortina do teatro ergue-se aparecem três celas: a Petrouchka, um boneco de face pálida e infeliz; a do Mouro, uma marionete com sorriso maligno; e a da Ballerina, convencionalmente atrativa, com as faces pintadas. A um sinal do Charlatão, os três começam a dançar. Inicialmente os movimentos são mecânicos, depois se animam e descem para a rua. O tema da dança é simples: o Mouro corteja a Ballerina, e Petrouchka, com ciúmes, quer matá-lo. A multidão cerca-os, o Charlatão para de tocar a flauta, os bonecos caem em colapso e a escuridão desce no palco.
Segunda cena – Aparece à cela de Petruchka, é uma verdadeira prisão, o teto está coberto de figuras do Charlatão, e as paredes com estrelas e com o chapéu do Charlatão; é uma cela miserável. O boneco infeliz, procura levantar-se do chão, está confuso, pois se sente tomado de sentimentos humanos; ele é capaz de amar e de odiar, mas é torturado pela sua figura grotesca. De repente, abre-se a porta da cela e a Ballerina aparece, ela olha-o inquisitativamente, mas assustando-se quando Petruuchka avança, foge. Petrouchka bate contra a porta e as paredes; ouve o barulho do carnaval lá fora, no qual ele nunca poderá ir, e cai deseperado no chão.
Terceira cena – Em desacordo com a cela de Petrouchka, aparece o quarto do Mouro, com divãs, almofadas, enfim, todo o conforto. O mouro está deitado preguiçosamente em alomfadas. A porta da cela abre-se, e aparece a Ballerina, que atravessa a sala sur lês points, carregando uma pequena corneta; o Mouro olha-a com admiração, e ela dança uma velha valsa, o Mouro levanta-se, toma brutalmente a Ballerina pela cintura e começam a dançar um pás-de-deux. No clímax do duo, o Mouro lança a Ballerina contra o divã, e abraça-a, mas corta sua animação uma leve batida na porta, é Petrouchka, que havia escapado da cela; o Mouro enfurecido, pega uma espada, e persegue Petrouchka, e expulsando-o do quarto, volta para a Ballerina.
Quarta cena – Aparece a cena carnavalesca outra vez; a multidão é maior, aparecem todas as espécies de pessoas: mercadores, empregadas, vagabundos, etc. Algumas empregadas dançam uma velha canção russa; a confusão aumenta com a chegada de um grupo de cocheiros. A neve começa a cair; um grupo de mascarados aparece. Subitamente, treme a cortina da loja de bonecos, Petrouchka aparece perseguido pelo Mouro e pela Ballerina que procura deter o Mouro. Por fim, o Mouro mata Petrouchka, e desaparece com a Ballerina. Petrouchka agoniza na rua, circundado pela multidão; chama a policia, e o Charlatão é ouvido. O Charlatão demonstra que Petrouchka não passava de um boneco de palha. Chega à noite, todos partem, fica somente o Charlatão, quando este se volta para entrar, olha o teto, e vê no alto o espírito de Petrouchka, olhando maliciosamente para ele, assustado foge na noite; a rua fica completamente deserta.
A história de Petrouchka é fascinante e, a música está a sua altura; é um perfeito drama, bem coordenado pela coreografia. Os caracteres dos três personagens são bem definidos: o Mouro – o tipo sensual; a Ballerina – a coquete; Petrouchka – o boneco infeliz, tomado de sentimentos humanos.
Petrouchka é o maior drama dançado, realizado até os dias atuais; é talvez a melhor coreografia de Fokine, e a melhor representação de Nijinsky. A coordenação da música, coreografia e decoração é perfeita; a música é de Stravinsky e a decoração de Benois.




 

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